domingo, dezembro 23, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Confissão
Poderia divagar e acreditar que tudo não passa de um sonho fugaz, no entanto, nesta situação torna-se premente a necessidade de recorrer à objectividade à luz da minha subjectividade. Assim, de forma concordante com esta objectividade subjectiva confesso que tudo perde o encanto...
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você. Friedrich Nietzsche
Numa tentativa de contrariar as minhas “obrigações” académicas, decidi debruçar-me sobre a frase acima citada, que encontrei algures neste imenso mundo que é a Internet, e interpretá-la à luz da minha subjectividade.
Considero que nada ocorre por mero acaso e a analogia feliz, da parte de Nietzsche, aos monstros dos quais nos fazemos rodear, também não é fruto do acaso. A vida poderá ser uma luta constante, segundo muitos, embora essa luta, em alguns casos, não tenha motivo ou quando o tem, muitas vezes perde-se, no sentido em que há como que uma amnésia, em determinados instantes da nossa vida, sobre qual o motivo da nossa luta e persistência.
Incertezas e amnésias aparte, há uma alerta nesta frase que nos remete para a possibilidade de nos virmos a tornar em mais um desses monstros. Afinal quem são esses monstros de quem nos fazemos rodear? Parece-me algo evidente que a sociedade é composta de monstros, pior, somos governados por verdadeiros monstros que nos querem tornar iguais a eles ou, pelo menos, algo semelhantes.
Face a isto ocorre-me a imagem mental de uma fábrica de seres humanos, em que há um molde ou protótipo e o produto final é sempre muito semelhante a esse “modelo”. Esta descrição pode chocar muitos, no entanto, cada vez nos fazemos rodear mais de monstros, que não têm consciência desta situação ou reduzem-se ao senso comum, ignorando-a por completo. Em qualquer um dos casos, parece eminente ou mesmo incontornável a transformação dessas pessoas em monstros.
A questão que se coloca é: será que podemos contrariar o que parece ser uma tendência natural para nos convertermos em monstros? Não pretendo dar uma resposta satisfatória a esta questão, até porque presumo que ninguém o conseguirá, mas acho que temos a capacidade de contrariar esta tendência natural. Não temos de seguir pelo caminho mais transitado, não temos de seguir em frente só porque nos parece mais óbvio, porque nem tudo é óbvio, nem tudo é evidente: tudo é questionável, tudo é dubitativo!
Neste processo surge o abismo, aquele em que nos vemos mergulhados quando nos apercebemos de que tudo o que parece evidente, não passa de um miragem, de um engano. É aí que tudo o que temos como certo se desmorona como um castelo de areia perante uma rajada de vento e podemos ter a tentação de mergulhar no abismo.
No entanto, não devemos ficar a contemplar esse abismo que, por momentos, parece ter-se abatido sobre nós, pelo contrário, devemos ter consciência da sua existência, mas não deixar que ele tome parte integrante da nossa existência.
Com tudo isto é facilmente perceptível que a frase de Nietzsche tem uma interpretação muito mais profunda do que qualquer pessoa lhe possa conferir, no entanto, ao ter cometido a ousadia de tentar interpretá-la, posso ter corrido o risco de ter alterado o seu verdadeiro sentido. Se o fiz, alego em auto-defesa que é na subjectividade subjacente a este interpretação que está a sua questionabilidade.
sábado, dezembro 01, 2007
Pode ser vã esta novel jornada,
Supérfluo ambicionar uma mudança,
Desnecessário olhar para o exterior,
E idear que o dia será resplandecente.
Mas há uma avalanche de emoções que não cessa,
Um turbilhão de sensações que impera
Pois a expectativa lança os dados
E no meio da inocuidade cometem-se pecados.
Sei o quão frívolas são as expectações
Ante a ardência do teu corpo agregado ao meu
E à dubiedade que ainda não feneceu.
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