domingo, outubro 30, 2005

Carl Rogers in Tornar-se pessoa

«Não serve de nada agir calmamente e com delicadeza num momento em que estou irritado e disposto a criticar. Não serve de nada agir como se soubesse as respostas dos problemas quando as ignoro. Não serve de nada agir como se sentisse afeição por uma pessoa quando nesse momento sinto hostilidade para com ela. Não serve de nada agir como se estivesse cheio de segurança quando me sinto receoso e hesitante».
«Já não sei quem sou, mas, por vezes, quando sinto realmente determinadas coisas, tenho a impressão, durante um momento, da minha solidez e da minha realidade. Sinto-me perturbado pelas contradições que descubro em mim mesmo - actuo de uma maneira e sinto de outra. É realmente desconcertante. Mas, por vezes, é uma aventura exaltante tentar descobrir quem sou».
«Sinto-me flutuar na corrente da vida, a ser eu numa grande aventura. Às vezes sou derrotado, outras vezes sou ferido, mas vou aprendendo que essas experiências não são fatais. Não sei exactamente quem sou, mas penso sentir as minhas reacções num determinado momento e elas parecem-me construir uma base de comportamento, de momento a momento, muito aceitável. Talvez seja isso que quer dizer "ser eu"».

quarta-feira, outubro 19, 2005

Controverso meu conjecturar,
Trespasso o espírito,
Carrego a penosa arte de sonhar,
Circundo o “normal”
Mas sinto-me surreal!

Sou a translucidez,
Sou grotesca em meu almejar,
Habito no refúgio que teima em me aniquilar.
Enfadonha é a convivência
O isolamento aviva minha essência.

A imaginação brota na desatenção,
Contamina esta grandiosa arte
Espalha o caos na crença
Presenteia a ficção com a realidade,
Assistirei a este pesadelo para a eternidade?

terça-feira, outubro 11, 2005

Anthony de Mello - "Quebre o ídolo"

Num passado, relativamente recente, li um livro que particularmente me agradou e que queria partilhar convosco. O autor é o Padre Anthony de Mello e o livro intitula-se "Quebre o ídolo". Apesar do livro ter sido escrito por um Padre, logicamente, com algumas influências de natureza religiosa, é algo que não transparece na sua escrita, não ficando a mesma limitada aos ideias religiosos, bem pelo contrário!
Acho que qualquer pessoa quando lê o livro que referi começa, inevitavelmente, a repensar na sua vida e percebe o quão afastado dos ideais para alcançar a verdadeira felicidade anda.
Pessoalmente, o livro fez-me reflectir sobre diversos aspectos e fez-me sentir a pessoa mais feliz à face da Terra, acho que esse sentimento poderá ser comum a todos quantos lêm o livro.
É verdade que o livro nos indica como viver feliz e em paz, o que na teórica soa muito bem e parece muito simples, mas esta sociedade não nos permite atingir essa consciência que Antony de Mello retrata no livro e que nos leva em direcção à felicidade. O que podemos fazer é tomar consciência de diversos aspectos que, aos nossos olhos, parecem uma coisa e que, analisados de forma consciente, são outra.
Termino com uma frase que, particularmente, gostei do livro: "não preencha o seu vazio com pessoas chamando a isso «amor»".

segunda-feira, outubro 10, 2005

Oh mar que me acompanhais!
Que vedes esta deslealdade
Esta estupidez!
Assististes a minha simplicidade
Que se manifestou crédula
Àquele que julguei ser distinto!

Oh mar que aí estás!
Deixa-me verter meu ódio,
Gritar minha irritação,
Encher-me de cólera
Que são os sentimentos que manifesto
Àquele que para mim faleceu!

Oh mar! Oh que ingenuidade!
Horas a fio dissipei admitindo teu queixume,
Elevando falsas inquietações.
Amei aquilo que acreditei que eras
Fui impelida pela tua mentira
Afinal eras alguém fútil!

Oh mar! Como expressar?
Que direi àquele em que outrora acreditei?
Ora sei que mentirosos és,
E odeio-te, piamente!
A raiva preencheu minha paixão
E sinto repugnância por te encontrar!

Oh mar! Oh vida!
Deixa-me distante daquele que desprezo,
Que censurarei contra todas as forças
Que projectarei para as chamas,
Sabendo que não as apagarás
E ficarás com esta padecente da mentira!

quarta-feira, outubro 05, 2005

E cá estamos nós no início de mais um ano lectivo, confesso que já tinha algumas saudades de "experimentar" esta sensação!
Início de um novo ano lectivo é também sinónimo de praxes, de "doutores" felizes da vida por terem mais "presas" para "atacar", de caloiros(as) assustados(as) sem motivo para tal and so on, eu reduzo-me à condição de assistente de todas estas situações, que vos parece? :-)
O momento actual é como que um déjà vu, mas a vida é feita de situações que em tudo se assemelham com o passado, só espero que o desfecho não seja o mesmo!
É caso para dizer: "Let the show begin" :-)