terça-feira, agosto 29, 2006

Crónica - A indecisão

Ao longo de toda a nossa existência há todo um conjunto de situações que nos colocam num verdadeiro dilema e causam, o que eu chamo de “caos interno” que, normalmente, tem uma duração que será determinada por factores internos e externos ao sujeito.
A indecisão é um processo inerente ao desenvolvimento, portanto, é necessário para testar as nossas capacidades no que diz respeito à resolução de problemas e à tomada de decisão. Normalmente, quando estamos perante uma indecisão precisamos de escolher a(s) solução(s) ou a(s) hipótese(s) mais adequada(s) e mais viável(eis) a curto e, eventualmente, a longo prazo.
Um indivíduo perante uma indecisão tem de definir estratégias, para que esta indecisão se torne numa certeza, e quanto mais depressa essa indecisão for resolvida mais facilmente o indivíduo poderá testar a validade da estratégia ou estratégias pelas quais optou, tendo de estar preparado para as eventuais consequências que estas podem ter, quer sejam positivas ou negativas.
Perante uma indecisão há dois tipos distintos de comportamento, que variam de indivíduo para indivíduo. Enquanto alguns necessitam de um curto espaço de tempo para resolver a situação causadora da indecisão outros, porém, mostram-se mais hesitantes e, regra geral, demoram um maior intervalo de tempo a resolver essa indecisão. É de acrescentar que no segundo caso, muitas vezes, o indivíduo acaba por desenvolver sentimentos de confusão, hesitação e medo mas, como diz Eduardo Burke, “o medo é o mais ignorante, o mais injusto e o mais cruel dos conselheiros”, assim sendo, todos devemos lutar para que todas as nossas indecisões sejam resolvidas rapidamente porque, se agirmos de forma contrária, poderemos adquirir um comportamento confuso que poderá ser irreversível.
Claro que há diversos tipos de indecisões e há delas que, por razões óbvias, necessitam de uma análise mais profunda e, consequentemente, demoram mais tempo a ser resolvidas mas, é necessário que percebamos que as indecisões são entraves à busca da felicidade e da satisfação pessoal, logo, se quisermos atingir a felicidade e o bem-estar temos de terminar com as nossas indecisões e definir certezas, já que através da definição de certezas teremos objectivos claros e estaremos predispostos a lutar para que tais objectivos sejam alcançados.
Numa indecisão há, no mínimo, dois caminhos pelos quais seguir, claro que muitas vezes existem mais, mas o ideal é que a nossa decisão seja a mais acertada, consoante a situação, mas, se se manifestar errada, temos de tirar as ilações que acharmos que servirão para nosso suporte futuro, aliás aprender é sempre positivo, e é graças a muitas decisões erradas que tomamos, ao longo da nossa vida, que nos tornamos mais racionais, adquirindo a capacidade de enfrentar as situações com outras competências, adquiridas ao longo da nossa história de vida.