Ontem foi o dia em que se iniciaram as aulas do 2º semestre do ano lectivo de 2006/2006, no entanto, e uma vez que não tenho aulas na 2ª feira, só hoje é que fui até à Universidade. A primeira experiência deste 2º semestre foi, nem mais nem menos, do que quatro horas da unidade curricular de Psicopatologia Infantil e Juvenil.
Esta aula foi uma espécie de déjà vu pois já conhecíamos a professora do semestre transacto, todavia parece-me que esta unidade curricular será mais interessante do que a que a mesma leccionou no semestre passado (Psicologia da Aprendizagem), a avaliar pelo programa que nos foi dado a conhecer hoje. Para além disto, a metodologia das aulas vai sofrer algumas alterações, graças a uma reflexão conjunta sobre aquilo que correu bem e menos bem nas aulas do semestre anterior. Pode dizer-se que esta é uma das vantagens primordiais de ter a mesma docente, no entanto, todos os professores devem reflectir sobre as suas práticas, independentemente de terem ou não os mesmos alunos, com o intuito de melhor de forma qualitativa o ensino.
Aulas aparte e tendo em conta o último post aqui publicado, ainda hoje numa daquelas conversas de café debatíamos um tema muito em voga e quase incontornável nos últimos tempos: o aborto. Por entre um debate em que estavam presentes oito pessoas, todos apresentaram, evidentemente, pareceres muito pessoais sobre esta temática, no entanto, em uma coisa todos concordámos: o referendo realizado no passado domingo é, pura e simplesmente, uma manobra de distracção para problemas que, incontestavelmente, têm mais pertinência.
Mais uma vez foram “poucos a decidir por todos”, se tivermos em consideração que a abstenção rondou os 56,39%. Os resultados finais só demonstram que este é um tema cuja opinião está longe de ser unânime pois 59,2% das pessoas que votaram são a favor da despenalização voluntária da gravidez nas dez primeiras semanas de gravidez e 40,8% discordam da perspectiva anterior.
Como é facilmente perceptível este resultado não é vinculativo, dada a elevada percentagem de abstenção por isso, este é um assunto que levanta e continuará a levantar muitas polémicas, uma delas é que já todos tínhamos percebido que, independentemente do resultado do referendo, a lei sobre a despenalização do aborto seria aprovada, mais tarde ou mais cedo, consideração esta que só vem reforçar a ideia de que não havia necessidade deste referendo e que o objectivo do mesmo não era, propriamente, o de saber a opinião da sociedade portuguesa!
Acho que já têm aqui muita matéria para reflectir…