sexta-feira, fevereiro 09, 2007


Pertenci a uma era
Em que a insensibilidade transbordava,
Em que o tempo parecia igual,
E tudo permanecia tão banal.

Parecias constituir um mero marco da passagem,
A actualidade que brevemente concerniria ao passado
E a vida prosseguiria ignorando todos os momentos
E a intuição permaneceria supérflua por todos os tempos.

Porém os momentos arquitectaram uma agregação
Impulsionando o que jamais a razão conjecturaria
Manifestando uma revelação tão nítida como o dia
De que o futuro permaneceria estanque ante todos esses instantes.

Em diversas situações acalmei-me com a presença reconfortante,
Com palavras que emanaram encantamentos,
Com a existência que ironicamente parecia desigual
Proporcionado instantes de cariz trivial.

As palavras transfiguraram-se em inutilidades
Porque perante esse olhar a vida imobiliza,
A obscuridade irreversivelmente passa
Porque minh’alma se rende perante tanta graça.

O enamoramento consome o mais ínfimo raciocínio,
A dúvida assombra qualquer réstia de convicção
Mas quando a luz de um olhar renasce
Extingue todas as ambiguidades que se conceberam em vão.

Ousaria proferir tais divagares por todo o cosmos,
Experimentaria a incorrecção de exteriorizar este poema
Convicta de que algo feneceria mas uma vida ressurgia
Envolta na áurea que envolve o teu olhar.

O caminho torna-se mais fulgente:
Escrevo mil poesias enaltecendo essa magia contagiante
Porque a vida se encaminha para a eternidade
Iluminando a alma descontente com a felicidade.

Beneficio com a inspiração que emanas
Porque a arte clama pelo enaltecimento
E após a descoberta do sentimento
Imortalizo a tua existência pela infinidade!


Cláudia Nóbrega (1 de Fevereiro de 2007)


Sem comentários: