terça-feira, fevereiro 13, 2007

Algumas considerações...

Ontem foi o dia em que se iniciaram as aulas do 2º semestre do ano lectivo de 2006/2006, no entanto, e uma vez que não tenho aulas na 2ª feira, só hoje é que fui até à Universidade. A primeira experiência deste 2º semestre foi, nem mais nem menos, do que quatro horas da unidade curricular de Psicopatologia Infantil e Juvenil.

Esta aula foi uma espécie de déjà vu pois já conhecíamos a professora do semestre transacto, todavia parece-me que esta unidade curricular será mais interessante do que a que a mesma leccionou no semestre passado (Psicologia da Aprendizagem), a avaliar pelo programa que nos foi dado a conhecer hoje. Para além disto, a metodologia das aulas vai sofrer algumas alterações, graças a uma reflexão conjunta sobre aquilo que correu bem e menos bem nas aulas do semestre anterior. Pode dizer-se que esta é uma das vantagens primordiais de ter a mesma docente, no entanto, todos os professores devem reflectir sobre as suas práticas, independentemente de terem ou não os mesmos alunos, com o intuito de melhor de forma qualitativa o ensino.

Aulas aparte e tendo em conta o último post aqui publicado, ainda hoje numa daquelas conversas de café debatíamos um tema muito em voga e quase incontornável nos últimos tempos: o aborto. Por entre um debate em que estavam presentes oito pessoas, todos apresentaram, evidentemente, pareceres muito pessoais sobre esta temática, no entanto, em uma coisa todos concordámos: o referendo realizado no passado domingo é, pura e simplesmente, uma manobra de distracção para problemas que, incontestavelmente, têm mais pertinência.

Mais uma vez foram “poucos a decidir por todos”, se tivermos em consideração que a abstenção rondou os 56,39%. Os resultados finais só demonstram que este é um tema cuja opinião está longe de ser unânime pois 59,2% das pessoas que votaram são a favor da despenalização voluntária da gravidez nas dez primeiras semanas de gravidez e 40,8% discordam da perspectiva anterior.

Como é facilmente perceptível este resultado não é vinculativo, dada a elevada percentagem de abstenção por isso, este é um assunto que levanta e continuará a levantar muitas polémicas, uma delas é que já todos tínhamos percebido que, independentemente do resultado do referendo, a lei sobre a despenalização do aborto seria aprovada, mais tarde ou mais cedo, consideração esta que só vem reforçar a ideia de que não havia necessidade deste referendo e que o objectivo do mesmo não era, propriamente, o de saber a opinião da sociedade portuguesa!
Acho que já têm aqui muita matéria para reflectir…

domingo, fevereiro 11, 2007

Referendo sobre o aborto

Hoje é o dia em que os portugueses vão às urnas devido ao referendo que diz respeito à despenalização do aborto. A pergunta que se faz é a seguinte: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”, embora a pergunta tenha suscitado muitas dúvidas, a resposta fica a cargo de todos aqueles que foram ou ainda vão votar. Assim sendo, aproveito para citar uma SMS que recebi hoje apelando ao voto que diz: “Vai votar. Para que não sejam de novo poucos a decidir por todos!”

sexta-feira, fevereiro 09, 2007


Pertenci a uma era
Em que a insensibilidade transbordava,
Em que o tempo parecia igual,
E tudo permanecia tão banal.

Parecias constituir um mero marco da passagem,
A actualidade que brevemente concerniria ao passado
E a vida prosseguiria ignorando todos os momentos
E a intuição permaneceria supérflua por todos os tempos.

Porém os momentos arquitectaram uma agregação
Impulsionando o que jamais a razão conjecturaria
Manifestando uma revelação tão nítida como o dia
De que o futuro permaneceria estanque ante todos esses instantes.

Em diversas situações acalmei-me com a presença reconfortante,
Com palavras que emanaram encantamentos,
Com a existência que ironicamente parecia desigual
Proporcionado instantes de cariz trivial.

As palavras transfiguraram-se em inutilidades
Porque perante esse olhar a vida imobiliza,
A obscuridade irreversivelmente passa
Porque minh’alma se rende perante tanta graça.

O enamoramento consome o mais ínfimo raciocínio,
A dúvida assombra qualquer réstia de convicção
Mas quando a luz de um olhar renasce
Extingue todas as ambiguidades que se conceberam em vão.

Ousaria proferir tais divagares por todo o cosmos,
Experimentaria a incorrecção de exteriorizar este poema
Convicta de que algo feneceria mas uma vida ressurgia
Envolta na áurea que envolve o teu olhar.

O caminho torna-se mais fulgente:
Escrevo mil poesias enaltecendo essa magia contagiante
Porque a vida se encaminha para a eternidade
Iluminando a alma descontente com a felicidade.

Beneficio com a inspiração que emanas
Porque a arte clama pelo enaltecimento
E após a descoberta do sentimento
Imortalizo a tua existência pela infinidade!


Cláudia Nóbrega (1 de Fevereiro de 2007)


terça-feira, fevereiro 06, 2007


Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.

E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.

Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
Fernando Pessoa

sexta-feira, fevereiro 02, 2007


Saudações a todos os leitores!

Escrevo porque neste momento estou a gozar de umas férias que, apesar de serem relativamente curtas, são óptimas para que haja uma preparação psicológica para o novo semestre que tem início no próximo dia 12 de Fevereiro de 07.

Fazendo uma retrospecção ao semestre que recentemente terminou, posso dizer que os resultados superaram as minhas expectativas e que o curso começa a tornar-se mais interessante à medida que vai ficando mais específico. Por exemplo, áreas como a Administração e Gestão Escolar, Teoria e Desenvolvimento Curricular e Tecnologia e Inovação na Educação são áreas indispensáveis nas Ciências da Educação, designadamente, para que haja uma melhor compreensão daquilo que se passa nos “bastidores” de uma escola e serve, igualmente para que nós, futuros licenciados em Ciências da Educação, ganhemos uma consciência crítica face a tudo isso para que num futuro próximo (espero) possamos intervir, qualitativamente, de forma a melhorar esses mesmos “movimentos de bastidores”.

Para além disso, neste semestre tive o privilégio de colaborar na organização do II Colóquio do DCE – UMa e VII Colóquio Internacional da SEEE intitulado Educação e Cultura, que se realizou no Funchal (Grand Pestana Hotel) nos dias 6 e 7 de Dezembro de 2006. Gostei da experiência porque foi muito enriquecedora, na medida em que é sempre diferente ir a um colóquio apenas para assistir e estar envolvido, de alguma forma, na sua organização. Claro que tenho plena consciência que a minha participação foi uma ínfima parte do necessário para que o mesmo decorresse da melhor forma possível, mas é sempre bom poder dar, nem que seja um pequeno contributo para que um evento desta natureza se realize.

Termino este post com a certeza de que estou preparada para no próximo semestre dar o meu melhor, a ver vamos como corre. Para já, vou aproveitar para descansar e acabar de ler o livro “O Amor nos tempos de Cólera” do escritor Gabriel Garcia Marquez (Prémio Nobel da Literatura - 1982), porque ainda me encontro nos primeiros capítulos mas, fica desde já a promessa de que quando terminar a leitura, faço um post com o feedback.

Até breve!