quinta-feira, maio 24, 2007














Cravou-se-me um punhal no peito
Que fere perante Vossa indiferença
Ampliando a tristeza que me toma
O dia que ao terminar goteja
A vida que grita, desespera, consome…
O sangue que derrama a cada minuto
Irradiado pelos sonhos que ardem
Que afogueiam uma vida de insulamento
Que antecipam o julgamento
Do pensamento sem qualquer motivação.

Sinto o Vosso olhar longínquo
A alheação que esfaqueia meu corpo
E ora sei que para Vós quimérica sou
Não sou mais do que uma minimidade
Mera poeira do tempo que rapidamente cessa
Causticando a passagem
Provocando uma inconveniente bafagem
Que a Vós incomoda e a mim amargura
Por colher apatia daquele que amo
E que finge não se aperceber desta vivência…

Cláudia Nóbrega

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