Existem dias em que cresce em nós a vontade de escrever qualquer coisa sem sabermos bem o que escrever. Escrever só porque apetece escrever, escrever sobre qualquer coisa, pessoa ou situação.
Depois, quando parece que não temos nada para escrever, escrevemos sobre tudo e sobre nada, sobre o infinito e o finito, sobre a dia e a noite, como se isso fosse, realmente, importante e merecesse ficar registado, mas merece de tal forma que acaba por ficar imortalizado.
Então hoje escrevo sem saber o que escrever quando tenho tanto para dizer e nem sei por onde iniciar. Escrevo porque gosto das palavras, da sua conjugação, das frases que consigo construir sem grande esforço e porque posso reler o texto e achar que nada disto faz sentido, mas faz, eu é que não consigo conferir um sentido a algo que transcende até o mais ínfimo ou grandioso sentido.
As palavras equiparam-se ao toque de um telemóvel, alto e ritmado, num momento em que nós não queríamos ser interrompidos, de forma alguma. E quando o telemóvel toca, tudo se desmorona, sem se ter dado a construção.
Existem momentos em que proferir qualquer palavra torna-se desnecessário porque existem coisas inexprimíveis… são coisas que nem sei bem o que são. Serão sentimentos? Emoções? Não sei… mas sinto que transcende todas estas inutilidades.
Queria dizer mais do que aquilo que digo, mas não sei o quê. Escrevi tanto, palavras atrás de palavras, preenchendo folhas, umas atrás das outras, e sinto que não disse nada, absolutamente nada. Será porque o dicionário ainda é muito restrito e aquilo que quero dizer ainda não é um vocábulo com um significado perceptível?
Eu sei que não preciso escrever mais porque tenho a estranha certeza de que te identificas com cada palavra que aqui coloquei, numa tentativa de embelezar este texto. Sei que me ajudarás a encontrar novos vocábulos que expliquem ao mundo aquilo que sentimos sem precisar proferir qualquer palavra…
1 comentário:
Realmente o escrever está dentro de muitos de nós... como te compreendo!
Beijinhos
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