Esta totalidade que trago na alma
Não consigo a vós dizer
Esta voz gritante que agonia
Deixa este meu mundo perecer
Afogando as palavras que brotam
Os sons que ficam reprimidos
O tempo que de mim se torna inimigo voraz.
Queria tanto a natureza compreender
Desenterrar os medos que me sepultam
Abraçar-vos tão forte e destemidamente
Contra o bater do meu peito descompassado
Fulgente por ante vós se decifrar
Neste tumultuoso sentimento
Que nem o fenecimento consegue eliminar.
Persisto à beira do impetuoso mar
Que incita à reflexão sem entendimento
Aos dias que na vossa inexistência
Não são mais que frios tormentos,
Meras quimeras arrastadas ao vento
Que de tanto avançar e regredir
Ampliam este meu dissemelhante sentir.
É tão irreal esta agitação
Visceral este sentimento que em mim habita
A esperança que arrebenta do meu peito
Quando audaciosamente mergulho em vosso olhar
E rememoro a nascente da desigual natureza
Tão cristalina e límpida
Como a pulcritude que de vós desabrocha.
Cláudia Nóbrega (2 de Abril de 2007)
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