domingo, abril 08, 2007









                  Esta totalidade que trago na alma
                  Não consigo a vós dizer
                  Esta voz gritante que agonia
                  Deixa este meu mundo perecer
                  Afogando as palavras que brotam
                  Os sons que ficam reprimidos
                  O tempo que de mim se torna inimigo voraz.

                  Queria tanto a natureza compreender
                  Desenterrar os medos que me sepultam
                  Abraçar-vos tão forte e destemidamente
                  Contra o bater do meu peito descompassado
                  Fulgente por ante vós se decifrar
                  Neste tumultuoso sentimento
                  Que nem o fenecimento consegue eliminar.

                  Persisto à beira do impetuoso mar
                  Que incita à reflexão sem entendimento
                  Aos dias que na vossa inexistência
                  Não são mais que frios tormentos,
                  Meras quimeras arrastadas ao vento
                  Que de tanto avançar e regredir
                  Ampliam este meu dissemelhante sentir.

                  É tão irreal esta agitação
                  Visceral este sentimento que em mim habita
                  A esperança que arrebenta do meu peito
                  Quando audaciosamente mergulho em vosso olhar
                  E rememoro a nascente da desigual natureza
                  Tão cristalina e límpida
                  Como a pulcritude que de vós desabrocha.


                  Cláudia Nóbrega (2 de Abril de 2007)

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